sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O Conto do Gato Preto

Numa calçada de pedra, coberta de solidao inebriada, vagueia uma mente latejante sem destino... uma mente de pensamentos solidos de maguas e sentimentos belos de insensatez.

Refugia-se em cantos poerentos da cidade adormecida, enfrentando fantasmas irreais de passado tao distante...

Sentado numa laje de pedra fria, suaves pitadas de vento tocam em seu rosto cravado de loucura, polegada latente do frio e escuro inverno.Um nobre animal, pelo negro como a noite escura e olhos profundos contando historias decadentes e maravilhosas, passa por esta alma perdida na imensidao do seu pequeno canto da cidade...

Os olhos ofuscam-no, desafiam-no intensamente. Sombras imundas de odio e loucura apoderam-se de uma mente sem destino. O bicho de pelo negro, como que numa dança frenetica de apaziguo e elegancia, aproxima-se de tal personagem errante com esperança estampada em sua boca salivante.

A alma, perdida em seus pensamentos obscenos, tenta agarrar o nobre animal com seus dedos imundos, para lhe tirar a vida, num rasgo de crueldade e insensatez dele mesmo... O animal em sua inocencia irracional, segundos antes do tenebroso acto foge, deixando a pobre alma uma vez mais perdida e so no centro da cidade repleta de solidao. Sentimentos de repugnancia e abandono apoderam-se de si mesmo...

Ventos urcinantes de paises do norte tocam em seu corpo latejante, o que o faz divagar em seus pensamentos sombrios. Volta a si! Olha a sua volta, e ao longe ve no seu horizonte uma sombra daquilo que parece irrefutavelmente ser um cemiterio, casa dos mortos, o descaço eterno...

Jazindo de tristeza e loucura, pede aos deuses para se sentir de novo puro, seus olhos desvanecem sem a luz da esperança... Num acto d sensatez, deixa o seu coraçao comandar a mente e acaba com a sua vida, espetando os seus prorpios dedos em seu corpo... Um mar de sangue surge do nada em cima de uma campa adormecida, a alma perdida em sua dor consegue ver o interior de seu corpo, seus orgaos a serem desfeitos pelas suas proprias maos...

Ate que por fim, seu coraçao deixa de bater, deixando seu corpo vazio cair no seio da noite sombria. Uma tela vermelha de sangue... Uma campa coberta de morte novamente...Um animal sai do escuro da sombra, observando de perto o espetaculo sangrento, olha com desdem para o quatro ainda com odor a fresco e banqueteia-se do interior daquilo que foi uma pobre alma perdida em sua mente insana...

Sai do lar da saudade, onde tude e morbido e triste, pelo portal que separa o vivo de morto... Olha para traz com satisfaçao, numa campa de sentimento solido alimentou seu corpo que a tanto lhe latejava a mente pois nao tinha alimento... E o gato, em seu pensamento irracional, sente perdido em seu contentamento:

Hoje sim, foi uma boa noite!

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Frase de Filmes

  • É possível encontrar a felicidade nas horas mais sombrias, se a pessoa se lembrar de acender a luz. (Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban)
  • "Se você não quer pegar uma maçã podre, não tire do barril, tire da árvore." (Os Intocáveis)

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Sou o que sou! Afinal alguém tinha que ser. Sou apenas alguém querendo o seu lugar no mundo e lutando por isso.